Fechamento do banco de horas: veja prazo legal para compensação

Banco de horas
Banco de horas corresponde a um sistema de flexibilização da jornada diária de trabalho (Foto: Freepik)

O banco de horas é uma ferramenta que tem se tornado cada vez mais popular entre as empresas como uma solução para gerenciar a jornada de trabalho e a realização de horas extras de maneira flexível. 

Ao adotar este sistema, as empresas visam otimizar a administração do tempo dos funcionários, permitindo uma compensação equilibrada entre horas trabalhadas e folgas. No entanto, a implementação eficaz do banco de horas vai além do simples controle das horas acumuladas e compensadas. É necessário uma gestão meticulosa que garanta a conformidade com as normas legais estabelecidas.

Um dos pontos que exige atenção é o prazo legal para a compensação das horas extras. O fechamento do banco de horas envolve uma série de procedimentos e regulamentações que garantem a conformidade com as leis trabalhistas e a equidade no tratamento dos funcionários.

Compreender os prazos legais para a compensação é essencial para evitar conflitos e problemas legais que possam surgir devido ao descumprimento das normas. Além disso, uma gestão adequada desses prazos assegura que tanto empregadores quanto empregados estejam plenamente informados sobre seus direitos e responsabilidades, promovendo um ambiente de trabalho mais harmonioso e eficiente.

Neste artigo, você confere em detalhes informações sobre fechamento do banco de horas e os prazos legais para a compensação.

O QUE É O BANCO DE HORAS

O banco de horas é um sistema de controle de jornada de trabalho que oferece uma alternativa ao pagamento imediato por horas extras. Nesse sistema, os funcionários podem acumular as horas trabalhadas além da jornada regular em um “banco de horas”, ao invés de receber o pagamento adicional correspondente. Posteriormente, essas horas acumuladas podem ser compensadas com folgas em períodos futuros, reduzindo a carga horária em dias ou semanas subsequentes.

Esse modelo proporciona uma maior flexibilidade tanto para empregadores quanto para empregados. Para os empregadores, o banco de horas permite uma gestão mais eficiente da produção e adaptação a variações na demanda, ajustando a jornada de trabalho de acordo com as necessidades da empresa. Por exemplo, em períodos de alta demanda, os funcionários podem trabalhar mais horas e, em contrapartida, desfrutar de mais tempo livre quando a demanda diminui.

Para os funcionários, o banco de horas oferece vantagens significativas em termos de planejamento e equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Os trabalhadores podem acumular horas extras em momentos de maior necessidade ou quando preferirem, e posteriormente utilizá-las para tirar folgas ou reduzir a carga horária quando mais desejarem. Isso pode ser especialmente útil para equilibrar compromissos pessoais, como atividades escolares dos filhos ou cuidados com familiares, proporcionando um maior controle sobre o seu tempo.

No entanto, é importante ressaltar que a implementação e as regras do banco de horas devem estar alinhadas com a legislação trabalhista vigente e com acordos coletivos ou individuais. Portanto, é fundamental que tanto empregadores quanto empregados estejam bem informados sobre as normas aplicáveis, para garantir que o sistema seja utilizado de maneira justa e conforme a lei.

Além disso, deve-se considerar a necessidade de um controle rigoroso e transparente das horas acumuladas e compensadas, para evitar possíveis disputas e garantir que os direitos de ambas as partes sejam respeitados.

O QUE DIZ A LEI SOBRE BANCO DE HORAS

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) determina que uma jornada de trabalho não pode ultrapassar 8 horas por dia ou 44 horas semanais. Sendo assim, qualquer período que passe desse limite é considerado hora extra.

A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.

Artigo 58 do Decreto Lei nº 5.452

É importante ter em mente que o tempo gasto pelo colaborador no trajeto da sua residência até o local de trabalho não é inserido na carga horário.

§ 2º O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador.

Artigo 58 do Decreto Lei nº 5.452

Quando há necessidade de extensão da jornada de trabalho de um funcionário, a lei determina que deve ser acrescentado no máximo 2 horas extras por dia, mediante acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.

A CLT determina que em caso de realização de hora extra, a empresa deve pagar pelo menos 50% a mais da hora normal do funcionário.

A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número não excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.

A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior à da hora normal.

Artigo 59 do Decreto Lei nº 5.452

No entanto, há ainda outra alternativa. Quando uma empresa precisa que um funcionário faça hora extra, mas não quer pagar a mais por isso, é possível optar pelo regime de compensação de horas, previsto por lei.

Na prática, funciona da seguinte maneira: um funcionário que estender a carga horária em um dia deve compensar as horas extras reduzindo a jornada de trabalho em uma outra data, considerando o mesmo tempo excedido. 

A compensação de horas deve ser feita dentro de um período de um ano e deve respeitar as regras de jornada estabelecidas pela CLT, como o limite de dez horas diárias e o limite de horas semanais. Para o sistema de compensação de horas ser colocado em prática, é necessário haver acordo ou convenção coletiva de trabalho.

Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias. 

Artigo 59, parágrafo 2°, do Decreto Lei nº 5.452

FECHAMENTO DO BANCO DE HORAS

O fechamento do banco de horas é o processo de encerramento e ajuste das horas acumuladas por um funcionário em um determinado período. Esse processo é essencial para assegurar que a gestão do banco de horas seja feita de forma justa e de acordo com as normas trabalhistas vigentes.

O parágrafo 5 do artigo 59 da CLT determina que o banco de horas pode ser estabelecido por acordo individual escrito, “desde que a compensação ocorra no período máximo de seis meses”. Isso quer dizer que a compensação das horas deve ser feita em no máximo seis meses após o acordo firmado. 

Já no parágrafo 6 é permitido que o regime de compensação de jornada estabelecido por acordo individual, tácito ou escrito, seja compensado no mesmo mês. 

COMO MANTER O CONTROLE DO BANCO DE HORAS?

Uma boa opção para manter a organização e o cálculo correto do banco de horas dos funcionários é optar por um aplicativo de ponto eletrônico online. Através de um bom sistema de registro de ponto, o trabalho do RH é otimizado e a empresa consegue simplificar a gestão do banco de horas.

Uma opção de aplicativo é o PontoGO, que permite o controle de ponto online e armazena os dados da jornada de trabalho dos colaboradores de uma empresa.

A plataforma fornece relatórios precisos com informações sobre horas extras, banco de horas, espelho de ponto, jornada detalhada e mais. A empresa também pode personalizar as horas extras, através de multiplicadores e limitadores de banco de horas que permitem à instituição definir suas próprias regras. Além disso, é possível mesclar jornadas de horas extras e banco de horas.

As informações podem ser compartilhadas com a equipe responsável pela gestão do banco de horas, tendo acesso às horas extras realizadas por cada funcionário e maior controle sobre a compensação de horas. Desse modo, o processo ficará mais simples e otimizado.

CONCLUSÃO

O banco de horas é essencial na gestão de jornada de trabalho, mas é importante estar atento aos prazos legais. A compensação adequada das horas extras acumuladas é fundamental não apenas para assegurar a conformidade com a legislação trabalhista, mas também para promover um ambiente de trabalho justo e equilibrado.

Ao respeitar as orientações previstas na legislação, a empresa evita complicações legais. A administração eficiente do banco de horas pode prevenir disputas e assegurar uma relação de trabalho harmoniosa, onde a flexibilidade e a equidade caminham lado a lado.

Através de uma abordagem proativa e informada, é possível implementar um sistema de banco de horas que beneficie todas as partes envolvidas, promovendo a eficiência operacional e o bem-estar dos funcionários.

Para garantir o sucesso na aplicação desse sistema, é recomendável que empresas mantenham-se atualizadas sobre as mudanças na legislação e as melhores práticas de gestão, incluindo adotar um bom sistema de ponto para gerir a jornada de trabalho dos funcionários.